sábado, 4 de fevereiro de 2012

Torcidas Organizadas e o Poder que a maioria Desconhece

Tendo em vista tudo que se passou nesta ultima semana no Egito, com a sangrenta briga que envolveram torcedores do Al - Masry Clube e Al - Ahly SC, aonde torcedores comuns e torcedores membros da torcida organizada do Al - Ahly foram praticamente exterminados no estádio, as perguntas pipocam no ar, foi uma briga comum de torcida ou uma briga com um teor política, uma vez que o país vive um caos social, uma revolução com a queda do ditador  Hosni Mubarak do poder depois de anos e anos de ditadura.

As torcidas organizadas egípcias são algo novo no país, começou na década do ano 2000, diferente do Brasil e do restante da América Latina que começou no fim da década de 1960. As torcidas egípcias, do Al - Ahly e Zamalek SC tiveram grande participação nas manifestações contra Hosni Mubarak e em todo processo da queda do ditador,  continuando participativa nas manifestações da sociedade contra os militares que tomaram o poder com o propósito de melhorar o caos que se transformou o país, mas que na verdade está praticamente se transformando em uma nova ditadura, agora militar.

O que está se cogitando, e em particular também acredito, é que, uma grande armadilha foi feita para os torcedores do Al - Ahly no dia do clássico contra o Al - Masry, acredito que a facilidade com que os torcedores rivais invadiram o campo e chegaram até os torcedores do Al - Ahly, com a omissão impressionante da polícia e a falta de estrutura, talves proposital do estádio, uma vez que o Al - Ahly era o time visitante e ainda saiu derrotado, foi tudo premeditado, pois a participação intensa das torcidas organizadas do Al - Ahly e Zamalek nas manifestações da sociedade ajudaram a depor e ainda ajudam contra os militares que está no poder.

O futebol sempre presente indireta ou diretamente na sociedade, quem não se lembra da intervenção politica em plena ditadura militar argentina na copa de 1978, aonde a Argentina foi a final ganhando do Peru por 6 x 0 na semi - final e consagrando campeã ganhando do País de Gales por 3 x 1.
A copa foi totalmente comprada, uma vez que era realizada na Argentina e o país vivia em meio a dura ditadura militar, para acalmar os ânimos do povo argentino, os militares compraram a copa, a Argentina conquistou sou 1° campeonato Mundial e a sociedade por um breve tempo esqueceu a sangrenta ditadura militar.

Voltando a falar das torcidas organizadas, no Brasil as torcidas tem um grande papel sócio - político - cultural, mas mais na vida do clube do que na sociedade num modo geral.
As torcidas organizadas tem poder, mas a maioria de seus integrantes desconhecem esse poder e como podem utilizar. Um falso poder das torcidas organizadas no Brasil existe quando se trata de brigas de torcidas, uma torcida brigando com a outra, algumas mortes, muitas trocas de acusação, mas no fim, fica quase sempre por isso mesmo, e os ministérios querendo acabar com as torcidas, minando nossa participação nas arquibancadas, minado nossas festas. O problema é que, os governantes, federações de futebol, policia militar, e alguns dirigentes de clubes querem o fim das torcidas organizadas no Brasil, mas como acabar, simples, deixando que os própios torcedores se matem, deixando que os própios torcedores provem do veneno. Muitos membros de torcida não conseguem enxergar essa armadilha, e continuam brigando, preparando emboscadas, matando torcedores rivais, fazendo exatamente que os poderosos querem, cavando a própia cova.

Algo está começando a mudar, a criação Confederação Nacional das Torcidas Organizadas, mas ainda é pouco, falta a consciência dos membros, não basta a só a consciência dos diretores, mas de toda a torcida, uma torcida organizadas forte, atuante incomoda, todas as torcidas fortes, atuante, e principalmente consciente incomoda muito mais, as torcidas tem o poder nas mãos, o poder da diminuição de ingressos, o poder de lutar contra a elitização do futebol brasileiro, entre outras.

Acho que temos que olhar pra traz e ver o que as torcidas organizadas conquistaram nos primórdios de sua existência no Brasil e voltar a ser o que era antes, não apenas desfilar no carnaval.

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Sou o Luciano, formado em Ciências Sociais, paulistano da gema e da garoa, corinthiano maloqueiro e sofredor"Graças a Deus"; Católico Apostólico Romano. Enfim, é isso.